18/11/2014 - 09:30

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CNBB e OAB vão defender reforma política em Brasília

jornal O Dia

A operação Lava Jato, da Polícia Federal, reforçará o discurso de representantes da OAB e CNBB hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em Brasília. As entidades defenderão o financiamento público, na reforma política, um dos quatro pontos defendidos no projeto de lei de iniciativa popular que ganhou a apoio da presidenta Dilma Rousseff (PT), logo após a reeleição.
 
Ao todo, são 103 organizações signatárias da ideia, que menciona três outras questões: o voto em vista partidária - com segundo turno entre os mais votados dos partidos -, paridade entre homem e mulher nessas listas e a realização de mais referendo se plebiscitos.
 
"Estão, aí, explícitos os caminhos nem sempre republicanos entre o financiamento privado, com seu poder econômico, e as campanhas", opinou o advogado Aldo Arantes, secretário da Comissão Especial para Mobilização da OAB.
 
Para que vingue no Congresso, a proposta precisa recolher 1,5 milhão de assinaturas. O plano é entregar tudo até março, início da nova legislatura Até o momento, foram recolhidas 500 mil.
 
O padre José Hemanne Pinheiro, secretário-executivo do Centro Nacional de Fé Política da CNBB, afirma que nos próximos meses haverá o reforço das ações em busca de apoio. "Temos experiência em mobilizar", afirma o padre, lembrando que a Lei da Ficha-Limpa, também de iniciativa popular, teve grande parte das suas assinaturas recolhidas nas igrejas em todo o país. Outros Movimentos sociais como MST, CUT e UNE também participarão da mobilização por apoio.
 
Congressistas do Rio já formaram uma frente para reforçar o grupo. "Atuaremos como catalizadores, divulgando e coletando assinaturas, além de tentarmos sensibilizar nossos colegas", explica o deputado federal Alessandro Molon (PT), sobre como os parlamentares poderão atuar para pressionar o Congresso.
 
"A sociedade dama pela reforma política. Não podemos mais empurrar esta discussão para depois", disse outra participante da frente, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). Os deputados federais Jean Wyllys (Psol) e Glauber Braga (PSB), além do senador petista Lindberg Farias compõem a lista. O grupo planeja um debate na sede da OAB no dia 27, e eventos em outras oito capitais.
 
De acordo com o documento votado no último dia 7, ficou decidido ainda a utilização de TVs comunitárias e católicas para fomentar a discussão. Nas redes sociais, o foco será o ministro do STF Gilmar Mendes, com o "Devolve Gilmar". O Supremo decidira em abril pela proibição do financiamento privado, quando o ministro pediu vistas e interrompeu a votação. "Precisamos trazer a sociedade para a questão", reforça padre José Hemanne.
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