A ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), afirmou a presidentes de Tribunais de Justiça estaduais de todo o Brasil que "é hora de agir com firmeza e rapidez" e defendeu um "choque de jurisdição" em relação à análise de processos penais. Em uma reunião de cinco horas, a ministra cobrou ações do Judiciário e comunicou medidas do CNJ. Foi a primeira manifestação pública de Cármen desde o agravamento da crise no sistema penitenciário. Em nota, falou que a "situação é de emergência" e "as facções mais do que nunca dominam nos presídios". Na reunião, Cármen Lúcia também pediu informações sobre quantos presos provisórios existem dentro da população carcerária de cada Estado e solicitou aos presidentes dos TJs que informem, em planilhas, até as 17 horas da próxima terça-feira, a disponibilidade de juízes auxiliares e de servidores para trabalharem em um "esforço concentrado" nas varas criminais e de execução. A ideia é que, por 90 dias, uma equipe de cada tribunal esteja deslocada para esse serviço, mas que o trabalho continue sendo feito permanentemente. Ela pediu que os TJs tenham reuniões com o Ministério Público e a Defensoria Pública nos Estados, com a presença da OAB, para acelerar a realização de julgamentos dos processos pendentes.