06/01/2017 - 11:02 | última atualização em 06/01/2017 - 11:00

COMPARTILHE

Blitz da Lei Seca surpreende banhistas na saída da praia

jornal O Globo

Vinte e oito motoristas foram abordados no primeiro dia da Operação Lei Seca diurna, que começou ontem no Rio. Na blitz, montada na Avenida Alfredo Baltazar da Silveira, no Recreio dos Bandeirantes, sete condutores apresentaram sinais de embriaguez, foram multados em R$ 2.934 e tiveram a carteira de habilitação recolhida. Outros sete foram multados por outros problemas na carteira e três carros foram rebocados em uma hora e meia de operação, que precisou ser cancelada por causa da forte chuva.
 
Este é o terceiro ano da operação diurna durante o verão. Até o Fim do carnaval, as blitzes serão montadas nos principais acessos e saídas de praias, cachoeiras e outras áreas de lazer em todo o estado. O objetivo da fiscalização é conscientizar a população do perigo de combinar bebida alcoólica e direção.
 
"Desde o início da operação, em 2009, já conseguimos reduzir em 50% o numero de acidentes de trânsito. Durante as ações no verão, que teve início em 2015, 888 motoristas foram flagrados", ressalta o coordenador da ação, tenente-coronel Marco Andrade.
 
Motorista flagrado
 
O motorista Marcos Alexandre dos Santos, de 49 anos, foi o primeiro a ser flagrado. No momento em que seu veículo foi abordado, a mulher dele estava na direção. Mas, segundo os agentes da operação, eles trocaram de lugar alguns metros antes de serem abordados. O casal fez o teste do bafômetro. O da pedagoga Shirley Calmon, de 49 anos, deu negativo. Já o do empresário Marcos Alexandre acusou índice de alcoolemia de 007.
 
"Eles estão corretos em fazer esse tipo de serviço, mas é preciso avaliar a abordagem porque quem estava ao volante era a minha esposa", disse, confirmando que tomou uma lata de cerveja quando aproveitava o dia na praia do Recreio.
 
Já o advogado Marcos Antônio dos Santos, de 56 anos, deu um bom exemplo. Ele foi parado pela primeira vez numa blitz da Lei Seca. Ele estava na praia com a família, mas optou por não tomar bebida alcoólica, já que estava dirigindo.
 
"Eu sou advogado, então, mais do que qualquer outra pessoa, tenho que primar pela Justiça. Da mesma forma que o cinto de segurança ajuda a salvar vidas, a Operação Lei Seca também colabora nesse sentido. Os motoristas precisam ter cautela. Depois que o povo adquirir essa postura de não dirigir depois que beber, os números vão melhorar bastante".
 
Segurança também para pedestres
 
A médica veterinária Marta Pifano, de 30 anos, também voltava da praia acompanhada da afilhada. Ela foi uma das primeiras abordadas na ação, mas, como não bebeu, não teve problemas.
 
"Eu gosto de tomar cerveja, costumo beber socialmente, mas como estávamos apenas eu e minha afilhada menor de idade, não pude tomar nada alcoólico na praia", contou. "Acredito que a Lei Seca é boa não só para a segurança dos motoristas e passageiros, mas também dos pedestres".
A operação vai ocorrer todos os dias da semana em locais e horários alternados.
 
"A imprevisibilidade continua sendo um fator primordial das ações", afirmou o coronel Marco Andrade. "Acreditamos que esse momento é necessário. É verão e, no Rio, historicamente, as pessoas têm o costume de ir à praia tomar uma cervejinha e depois voltar para casa conduzindo seus veículos. Estamos nos adaptando a essa realidade e queremos que as pessoas se divirtam sim, mas com segurança".
 
Desde março de 2009, quando foi lançada a operação, até a madrugada do último 31 de dezembro, foram abordados 2.393.623 motoristas e comprovada a alcoolemia em 165.920 pessoas.
Abrir WhatsApp