26/08/2016 - 11:19

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Beltrame quer que militares fiquem no Rio após eleições

jornal O Globo

Em mais um reconhecimento de que a crise do estado afeta a segurança pública, o secretário José Mariano Beltrame disse ontem que quer pedir a permanência das Forças Armadas nas ruas do Rio mesmo após as eleições. A declaração foi feita numa entrevista ao RJTV, da Rede Globo. O titular da pasta de Segurança afirmou ainda que tem planos para reformular as Unidades de Polícia Pacificadora, mas admitiu não ter recursos para executá-los.
 
"Eu, por mim, quero que (os militares) fiquem. Se puder pedir, eu peço. Agora, não vou fazer um pedido que não vai ser aceito. Eu já pedi as forças em outras ocasiões, e o pedido não me foi concedido por questões financeiras. Eu vou tentar. Como sempre tentei outras vezes", disse, sem demonstrar otimismo.
 
Homicídios diminuíram
 
As tropas federais chegaram ao Rio no início de julho, para reforçar a segurança durante a Olimpíada. Na segunda-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, confirmou que as Forças Armadas vão permanecer na cidade até as eleições. Segundo dados da Secretaria de Segurança, o número de homicídios dolosos no Rio caiu 17,6% entre 24 julho mesmo e 24 agosto, em relação ao período de 2015. Se avaliado o período dos Jogos Olímpicos (entre 5 e 18 de agosto), em comparação também com os mesmos dias no ano passado, houve uma redução de 4,2% nos crimes de letalidade violenta (que englobam homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal co morte).
 
"Não vou dizer que o índice de 4% seja uma vitória, mas é uma diminuição. A segurança planejada para a Olimpíada, para o Engenhão, o Maracanã, a Marina da Glória, aconteceu e deu certo", afirmou o secretário de Segurança durante a entrevista à Rede Globo. "A diminuição passa a ser importante porque se reflete fora dessas áreas, pela simples presença maciça de policiais".
 
Mudanças nas UPPs
 
Beltrame garantiu ainda que permanecerá no cargo pelo menos até o fim do ano. Informou também que pretende implementar mudanças nas Unidades de Polícia Pacificadora a partir do mês que vem. O secretário prometeu melhores condições de trabalho e de fornecimento de equipamentos e bases definitivas:
"Há muita reclamação de que eles estão um pouco desprotegidos. Nós temos que fazer bases melhores lá para eles, passados oito anos do projeto. Nós temos que acabar definitivamente com essa história de contêiner. Temos que arrumar um armamento em condições melhores", disse, ressaltando, no entanto, que a pasta não tem recursos para fazer essa reformulação. "Isso (o dinheiro) deve ser prioridade do governador, porque, sem segurança, nada acontece, Eu não tenho a chave do cofre, não tenho a caneta para assinar o cheque".
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