17/03/2011 - 16:06

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Beltrame inicia cerco a cemitérios clandestinos em comunidades

Beltrame inicia cerco a cemitérios clandestinos em comunidades
 

Do jornal O Globo

17/03/2011 - O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, lançou nesta quarta-feira, dia 16, na comunidade Nova Brasília, no Complexo do Alemão, uma campanha para incentivar os moradores da região e da Vila Cruzeiro, na Penha, a denunciarem cemitérios clandestinos e esconderijos de ossadas. A iniciativa surgiu após familiares do agente de combate a epidemias da prefeitura Júlio Baptista Barroso, desaparecido desde 9 de julho de 2009, procurarem a secretaria pedindo ajuda para descobrir o paradeiro do rapaz, que teria sido confundido com um estuprador e morto pelo tráfico na Nova Brasília.

- Precisamos localizar os restos mortais dessas pessoas, não só do Júlio, para dar um fim à dor das famílias. Em segundo lugar, há inquéritos de homicídio abertos em que não temos o corpo para concluir as investigações - disse Beltrame, que justificou a escolha da região para o lançamento da campanha. - Anteriormente, esta área (o Alemão) não tinha a presença efetiva do estado e era muito utilizada, como se conhece, como microondas, onde as pessoas eram assassinadas.

Projeto conta com o apoio do Disque-Denúncia

Ontem, militares do Exército que ocupam o Alemão começaram a distribuir panfletos com os números de telefone para as denúncias sobre cemitérios clandestinos. A campanha é feita em parceria com o Disque-Denúncia (2253-1177), que oferece, no caso de Júlio Baptista, uma recompensa de R$2 mil por informações que levem ao corpo do agente da prefeitura.

O trabalho conta também com o Programa de Localização e Identificação de Vítimas (Plid) do Ministério Público Estadual, que disponibilizou para as denúncias o e-mail [email protected], os telefones 2283-6460 e 2283-6466 e o fax 2283-6489 e o endereço Rua Pedro Alves 187, Santo Cristo, Rio (CEP 20.220-280).

Até o fim da tarde de ontem ainda não havia informações sobre Júlio Baptista. Desde janeiro deste ano, no entanto, o Disque-Denúncia já recebeu 30 ligações indicando a existência de cemitérios clandestinos no Rio. Em todo o ano passado, foram 106 denúncias. Números que, para Beltrame, devem aumentar a partir da campanha lançada ontem. Ele ressaltou que ainda não há um levantamento do total de esconderijos de ossadas na cidade. Mas disse que está sendo feito um rastreamento de encostas de comunidades com UPPs para mapear cemitérios clandestinos.

Nesta semana, três ossadas foram encontradas em favelas ocupadas. Uma delas no Grotão, no Complexo do Alemão, localizada por soldados do Exército. As outras duas por policiais da UPP do Borel, na Tijuca: uma seria de um informante da polícia e a outra de um líder comunitário. A Divisão de Homicídios investiga os casos.

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