13/09/2024 - 18:52 | última atualização em 13/09/2024 - 18:58

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O avanço do letramento racial na construção de uma sociedade igualitária pauta encontro na OABRJ

Mariana Reduzino



As portas da Seccional se abriram para receber o “1º Encontro Nacional de Promoção à Igualdade”, nesta sexta-feira, dia 13. O evento, organizado pela OABRJ em parceria com a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) e realizado no Salão Nobre Antônio Modesto da Silveira, contou com a presença de representantes de associações representativas da advocacia negra fluminense.

Na mesa de abertura estiveram a secretária-adjunta e o tesoureiro da Seccional, Mônica Alexandre e Fábio Nogueira, o presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Assistência Judiciária, José Agripino; a diretora de Igualdade Racial, Ivone Caetano; a presidente da Comissão Nacional de Promoção à Igualdade da Abracrim, Ingryd Souza; a fundadora da BlackSisters in Law, Dione Assis, e o babalorixá e professor de letramento racial e reparação histórica Ivanir dos Santos. 


“Este momento é muito importante porque, há um tempo atrás, brigávamos pela paridade de gênero e hoje, estamos em uma mesa composta majoritariamente por mulheres. Além disso, observem negros e negras são a maioria”, destacou a secretária-adjunta.



No discurso de abertura, o tesoureiro destacou que a promoção da igualdade é uma das missões da OABRJ e que a casa está sempre aberta para discussões de cunho combativo aos preconceitos estruturalmente cultivados pela sociedade. 

“É muito importante que haja um alinhamento naquilo que une as instituições: a defesa dos direitos humanos, a defesa do Estado democrático de Direito e os princípios republicanos. Não podemos permitir o retrocesso dos processos civilizatórios que vemos cotidianamente em nosso país. É de fundamental importância que a OABRJ seja o locus próprio para esse tipo de discussão: o combate à polarização, a discursos de ódio e à intolerância”, afirmou Nogueira. 

A pauta principal foram as formas práticas de se combater a desigualdade racial, problema estruturalmente incutido nas sociedades do mundo inteiro.

Ingryd Souza destacou que o objetivo do evento foi conscientizar a classe sobre a urgência do letramento racial. 


“O fato de o advogado ter a carteira da OAB não exclui a possibilidade de ser uma pessoa em situação de vulnerabilidade social e financeira. Precisamos pensar no acesso à Ordem de forma geral, desde o deslocamento até a unidade, até as condições de se alimentar durante o período de aprendizado. Estou muito feliz com o que estamos fazendo aqui. Essa é a continuação de uma grande história que estamos construindo juntos e juntas”, disse a presidente da comissão da Abracrim. 



Ivone Caetano destacou o orgulho de estar em uma mesa completamente negra. 

“Desde a colonização, já avançamos no quesito igualdade, mas ainda há muito o que evoluir”, observou.

Dione Assis apresentou a iniciativa do BlackSisters in Law, que tem a missão de unir mulheres negras advogadas de todo o Brasil e conectar essas profissionais às oportunidades do mercado jurídico. 

“Precisamos ser as pessoas que vão pensar em formas de ter uma sociedade mais diversa, inclusiva e igualitária. Porque, afinal, precisamos de um movimento social conjunto e acesso às oportunidades”, afirmou a co-fundadora. 

Ivanir dos Santos ressaltou o peso simbólico de a OABRJ ter, pela primeira vez, uma mulher negra na Diretoria, a secretária-adjunta Mônica Alexandre Santos. 


“Há alguns anos, era impossível imaginar uma mulher negra na Diretoria da Seccional, hoje, isso está concretizado. O presente de hoje será o passado de amanhã e vai impulsionar o futuro”, declarou, de forma assertiva.

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