03/06/2008 - 16:06

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Ato no Rio reúne políticos e entidades no Rio contra torturas praticadas por milícias

Ato no Rio reúne políticos e entidades no Rio contra torturas praticadas por milícias

 

 

Do jornal O Dia

 

03/06/2008 - A tortura sofrida pelos profissionais do jornal O Dia foi tema de toda a imprensa internacional. Jornais como 'Boston Globe', 'Washington Post' e 'New York Times', dos Estados Unidos, 'The Guardian', da Inglaterra, 'El País', da Espanha, e sites de notícias do mundo inteiro relataram as agressões sofridas pelos jornalistas - entre elas choques elétricos e sufocamento com sacos plásticos - e destacaram que eles foram vítimas de paramilitares. O noticiário informa que os jornalistas receberam ordens para não denunciar os agressores.

 

Reportagens destacam ainda que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, admite a participação de policiais no crime e que eles já foram identificados, mas que os nomes não foram divulgados para não atrapalhar as investigações. O texto relata também que o governo federal ofereceu ajuda à polícia do estado.

 

 

Peso da lei

 

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o ato e afirmou, em nota, que "se pretende intimidar todos os jornalistas brasileiros para que não continuem investigando ou denunciando o crime organizado". A entidade ressaltou que a única forma de preservar a liberdade de imprensa é fazendo com que "as autoridades reajam com todo peso da lei, castigando os responsáveis".

 

No Rio, houve manifestações contra a barbárie. A Cinelândia foi palco de um ato de repúdio às torturas e agressões praticadas por integrantes de milícia contra a equipe de O DIA e um morador da Favela do Batan, em Realengo. Jornalistas, políticos e representantes de entidades de direitos humanos participaram do movimento, organizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio. O ato foi realizado no mesmo dia em que foi celebrada missa no Largo da Carioca pelos seis anos do assassinato do jornalista Tim Lopes. A família de Tim se solidarizou com os profissionais torturados.

 

Nos discursos, críticas e pedidos de solução para o caso. O vereador Adilson Pires (PT) propôs outro protesto, dessa vez no Batan. "Ou as autoridades se afirmam como Estado ou serão derrotados por facínoras", criticou o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous. A instituição prepara outro ato para sexta-feira, em repúdio à milícia. A deputada Cidinha Campos (PDT) lembrou que os paramilitares privam moradores do direito de ir e vir: "Tenho funcionária que não pode chegar tarde em casa porque tem toque de recolher".

 

"Há cumplicidade generalizada do poder público porque a milícia foi uma saída para a segurança nas comunidades, mas acho que perdemos o controle", disse o deputado Paulo Ramos (PDT). Candidatos a prefeito do Rio, Fernando Gabeira (PV) e Chico Alencar (PSol) estiveram na Cinelândia.

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