07/10/2013 - 12:43 | última atualização em 07/10/2013 - 12:52

COMPARTILHE

Ato contra violência reúne entidades, sindicatos e políticos na OAB/RJ

redação da Tribuna do Advogado

Na manhã desta segunda-feira, dia 7, diversas entidades, sindicatos, parlamentares e militantes sociais reuniram-se no ato público convocado pelo Conselho Federal da OAB e pela OAB/RJ em repúdio à violência policial nas manifestações de rua - cujos exemplos mais recentes foram as ações repressivas na última semana contra os professores das redes municipal e estadual que estão em greve desde agosto.
 
Vivemos nos últimos meses um desafio quase diário para compreender não só a voz das ruas, mas também a marcha dos acontecimentos
Felipe Santa Cruz
presidente da OAB/RJ
Para o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, essa iniciativa é mais uma medida da Ordem que deve ser interpretada "no contexto de complexidade em que vive a sociedade brasileira". "Vivemos nos últimos meses um desafio quase diário para compreender não só a voz das ruas, mas também a marcha dos acontecimentos. A OAB/RJ, desde o início, tomou como eixo a defesa do direito de manifestação e também da liberdade de expressão e de imprensa", afirmou Felipe.
 
O presidente da Ordem ressaltou que a "leitura dos fatos recentes não é fácil", mas que é possível enxergar na violência policial um elemento comum de crítica. "Vamos demorar muitos anos para entender o que está acontecendo, mas algo já se pode concluir: o despreparo da polícia militar para atuar em um Estado Democrático. É uma polícia que não tolera nem o direito de greve, que é um braço armado de um Estado que não é o Estado Democrático que todos nós sonhamos", criticou ele, acrescentando que a punição dada aos policiais que forjaram o flagrante de que um menor portava morteiros nas manifestações do início de outubro deveria ser mais dura.
 
"A Ordem é a casa da cidadania, atuar nesse sentido é o nosso papel. Considero que 15 dias de afastamento para os policiais que forjaram o flagrante de um morteiro na Cinelândia é pouco, queremos a expulsão desses dois oficiais dos quadros da polícia", defendeu Felipe, sob aplausos dos presentes. O presidente da Seccional ressaltou ainda que o ato público desta segunda-feira foi uma iniciativa em conjunto com o Conselho Federal da entidade.
 
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Nacional e conselheiro federal pelo Rio de Janeiro, Wadih Damous, falou sobre a indignação da sociedade após a divulgação das imagens da violência policial contra os professores em greve. "Este ato foi convocado com o objetivo de ouvir as entidades e os cidadãos que estão indignados com a violência policial desmedida nas manifestações. Vamos propor a criação de uma comitiva para discutir com o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, uma nova conduta para a polícia militar nas manifestações. O comportamento atual da polícia é inaceitável", disse ele, que defendeu também a desmilitarização da polícia.
 
Além do representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar do Rio de Janeiro Antonio Augusto Dias Duarte, compuseram a mesa o presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro, Álvaro Quintão, e os representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lima; do Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe/RJ), Geiza Rocha; do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), Itamar Silva; e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Alair Cavalcante.
 
O ato contou também com a presença do senador Lindbergh Farias (PT/RJ); da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ); dos deputados estaduais Inês Pandeló (PT/RJ) e Paulo Ramos (Psol/RJ); dos vereadores Jefferson Moura (Psol/RJ) e Reimont (PT/RJ); do prefeito de Maricá, Washington Quaquá (PT); dos presidentes do PSTU/RJ, Cyro Garcia, e do PT/RJ, Jorge Florêncio; dos ex-parlamentares Milton Temer (Psol/RJ) e Vladimir Palmeira (PSB/RJ).
Abrir WhatsApp