O 13 de maio de 1888 é uma data histórica importante para o Brasil, pois foi o dia em que a Lei Áurea foi assinada, abolindo oficialmente a escravidão no país. No entanto, apesar de a abolição ter sido uma conquista significativa, muitos historiadores argumentam que ela não trouxe consigo a verdadeira liberdade para os escravizados. Isso porque, embora tenham sido libertos da escravidão, os antigos escravizados não receberam nenhuma indenização ou ajuda para se reintegrarem na sociedade. Eles foram deixados para lidar com as consequências de séculos de opressão, discriminação e violência, sem nenhuma compensação ou proteção do Estado. "No dia 14 de maio, eu saí por aíNão tinha trabalho, nem casa, nem pra onde irLevando a senzala na alma, subi a favelaPensando em um dia descer, mas eu nunca desci Zanzei zonzo em todas as zonas da grande agoniaUm dia com fome, no outro sem o que comerSem nome, sem identidade, sem fotografiaO mundo me olhava, mas ninguém queria me ver No dia 14 de maio, ninguém me deu bolaEu tive que ser bom de bola pra sobreviverNenhuma lição, não havia lugar na escolaPensaram que poderiam me fazer perder Mas minha alma resiste, o meu corpo é de lutaEu sei o que é bom, e o que é bom também deve ser meuA coisa mais certa tem que ser a coisa mais justaEu sou o que sou, pois agora eu sei quem sou eu Será que deu pra entender a mensagem?" Além disso, a abolição não foi acompanhada de reformas sociais profundas que pudessem garantir direitos e oportunidades iguais para todos os cidadãos brasileiros. O racismo e a desigualdade persistiram como forças estruturais na sociedade brasileira, perpetuando a exclusão e a marginalização dos negros e de outras minorias. Portanto, embora a abolição tenha sido um marco importante na história do Brasil, ela não pode ser vista como o fim da luta pela liberdade e pela igualdade. Ainda hoje, é preciso enfrentar os desafios da discriminação racial e da exclusão social para garantir que todos os brasileiros possam desfrutar plenamente dos seus direitos e oportunidades. *Artigo de Mônica Alexandre Santos, secretária-adjunta da OABRJ e presidente da Associação Carioca da Advocacia Trabalhista (Acat), com trechos da música '14 de Maio' de Antonio Jorge Portugal e Lazaro Jeronimo Ferreira (Lazzo Matumbi). Veja a letra completa.