20/10/2009 - 16:06

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Alerj recorre à Justiça para reabrir CPI do Tribunal de Contas

Alerj recorre à Justiça para reabrir CPI do Tribunal de Contas

 

 

Do jornal O Dia

 

20/10/2009 - A presidente do TJ Assembleia Legislativa (Alerj) entrou ontem com dois recursos no Tribunal de Justiça (TJ), para tentar reverter a decisão do desembargador Nascimento Póvoas, de suspender o funcionamento da CPI que apura supostas irregularidades no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Procuradores da Alerj entraram com uma gravo regimental e um pedido de reconsideração da sentença.

 

Os dois pedidos serão analisados pelo próprio desembargador.

 

A sentença de Nascimento Póvoas provocou crise entre o Legislativo e o Judiciário. Na quinta-feira, revoltados com a decisão, deputados iniciaram uma greve branca de protesto, prometendo suspender as sessões da Alerj enquanto o TJ não mudar a sentença para permitir o prosseguimento da CPI.

 

Hoje, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB) reúne a Mesa Diretora da Casa e os líderes das bancadas para decidir os rumos do protesto e ações judiciais para tentar manter a CPI. A tendência, porém, é de que a greve não seja mantida, mesmo se Nascimento Póvoas rejeitar os recursos e mantiver a proibição de funcionamento da comissão.

 

Ontem, Picciani conversou por telefone com o presidente do TJ, desembargador Luiz Zveiter, para tentar contornar a crise. Segundo Zveiter, o diálogo foi cordial. O desembargador disse, porém, que ainda não analisou "o mérito" do caso.

 

"A decisão está nas mãos do desembargador Póvoas, que ainda não emitiu seu parecer", explicou o presidente do TJ.

 

A sentença de Póvoas foi dada em mandado de segurança do conselheiro do TCE José Graciosa, um dos acusados pelas supostas irregularidades no órgão. Ele chegou a ser indiciado junto com os também conselheiros José Nader e Jonas Lopes, e o deputado estadual José Nader Filho (PTB), no inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga pagamentos de propinas para aprovação de contas de prefeituras pelo TCE. A Justiça, porém, suspendeu o indiciamento de Graciosa.

 

Desde sua criação, em fevereiro, a CPI do TCE se transformou em uma grande polêmica jurídica. Em março, o Órgão Especial do TJ concedeu liminar a Graciosa proibindo a CPI de investigá-lo. Depois, a sentença foi estendida a Jonas Lopes e, posteriormente, a parentes dos dois conselheiros. A Alerj vem tentando mudar estas decisões, mas até hoje o TJ não se pronunciou.

 

Para tentar garantir juridicamente a CPI, a Alerj chegou a aprovar, em fevereiro, emenda constitucional para permitir que a Casa investigasse conselheiros do TCE. A emenda foi suspensa em julho pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro considerou a medida inconstitucional porque só caberia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgar os conselheiros de Tribunais de Contas.

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