08/12/2016 - 15:48 | última atualização em 08/12/2016 - 16:12

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Alerj aprova Bilhete Único intermunicipal e rejeita fim de programas

site G1

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiu nesta quinta-feira, 8, aumentar o valor do Bilhete Único intermunicipal a R$ 8 - restringindo o benefício a quem recebe até 3 salários mínimos - e manter o Renda Melhor e Renda Melhor Jovem.
 
O fim dos programas sociais havia sido proposto pelo Governo dentro do pacote de austeridade. O governo também propôs o aumento do valor do Bilhete Único, que atualmente é de R$ 7, para R$ 7,50.
 
Conforme o G1 apurou, a aprovação do aumento da tarifa foi costurada em reunião com os líderes partidários pouco antes da votação. Com o novo valor e a diminuição do valor subsidiado, o Governo teria se comprometido a pagar os programas sociais.
 
O benefício do Bilhete Único ficará restrito àqueles que têm salários de até R$ 3 mil. A aprovação foi muito criticada por deputados como o ex-secretário de transportes Osorio (PSDB), que votou contra. "Quem mora em Queimados e Paracambi pega um trem e um ônibus até o Rio. No total, gasta menos de R$ 8. Com isso, ele perderá totalmente o benefício. Vai sair mais barato pagar duas passagens do que usar o Bilhete Único".
 
O aumento do Bilhete Único seria votado na quarta, dia 7, mas foi retirado de pauta e voltou modificado nesta quinta. Inicialmente, o aumento seria pra R$ 7,50. "Eu nunca tinha visto uma Assembleia votar por um valor maior do que o proposto pelo Governo", completou Osorio.
 
A medida também recebeu críticas de Marcelo Freixo (PSOL). "Não há transparência nos valores da tarifa. A Fetranspor é a agência reguladora do Governo do Rio, e não o contrário", ironizou.
 
Renda Melhor será mantido

O deputado Zaqueu Teixeira (PDT) celebrou a decisão de seus pares em manter os programas sociais Renda Melhor e Renda Melhor Jovem. O parlamentar criticou a proposta do governador Luiz Fernando Pezão. "O governo, ao mandar essa proposta, mostra que é um corpo gelado, sem sensibilidade", disse. Ele classificou a ideia como "crueldade".
 
Crítica semelhante foi feita pelo deputado Luiz Paulo (PSDB). "Parabéns aos 70 deputados que dirigiram seus votos e emendas para que este projeto de insensibilidade social não fosse aprovado".
 
Pacote só deve acabar na terça

Mais cedo, uma reunião com líderes partidários e com representantes do Governo do Rio promoveu mudanças na votação do pacote de austeridade apresentado pelo Poder Executivo. Um projeto foi retirado de pauta e outro adiado para terça-feira (13), o que vai postergar o fim da votação do pacote - previsto para segunda, dia 12.
 
O projeto de aumento de ICMS de produtos como cerveja e energia elétrica, que seria votado na segunda, será emendado e volta à pauta na terça. Como estava escrito, segundo deputados, corria sérios riscos de ser rejeitado.
 
E os pleitos podem se esticar ainda mais já que o projeto que previa a utilização de fundos estaduais - como o dos Bombeiros - para pagamento de servidores também foi retirado de pauta. Ele não será votado nesta quarta e não há previsão para o pleito.
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