22/11/2009 - 16:06

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Administração de cadeias continua a ser deficiente

Administração de cadeias continua a ser deficiente

 

 

Do jornal O Estado de S. Paulo

 

22/11/2009 - Ao mesmo tempo que inteligência e gestão viraram termos cada vez mais recorrentes para lidar com a violência, aumentando a eficiência e diminuindo a sensação de impunidade, os Estados brasileiros não conseguem criar lugares adequados para colocar os presos. O déficit de vagas nos presídios neste ano já ultrapassou os 170 mil, total 110% maior do que em 1995. Dos 469 mil presos, 13% estão amontoados em delegacias. Em Vila Velha, no Espírito Santo, há duas semanas, 269 presos se espremiam em uma cela para16 pessoas. A gravidade do quadro é ainda maior porque 36% do total de presos no Brasil são provisórios e ainda não passaram por julgamentos, segundo dados do Ministério da Justiça.

 

Dos presos, 15% são acusados de furto e são misturados com criminosos perigosos. Em alguns Estados, segundo o Conselho Nacional de Política Criminal, 70% dos detentos que deixam a prisão voltam a delinquir. Na Europa e nos EUA, a taxa média de reincidência é de 16%.

 

"São dois os principais motivos para o inchaço: a criação da Lei dos Crimes Hediondos, que dificultou a progressão da pena e manteve pessoas presas por mais tempo, e o crescimento do tráfico de drogas", explica a professora Julita Lemgruber, diretora do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes. "É preciso ampliar o foco da política de segurança pública."

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