Iniciativa grandiosa promovida pela OABRJ de atualização da advocacia na área tecnológica, com foco nas ferramentas de inteligência artificial, o "II Fórum de Direito, tecnologia e inovação: “E ‘AI?’” está movimentando a Seccional nesta sexta-feira, dia 5. A organização é da Diretoria de Inclusão Digital e Inovação da Seccional, que preparou uma programação repleta de painéis com nomes tarimbados das 'big techs' e especialistas que se debruçam sobre os desdobramentos do avanço tecnológico no universo jurídico. Clique aqui e veja a programação completa. Não conseguiu se inscrever ou não conseguiu estar presencialmente na Seccional? Assista à transmissão ao vivo pelo nosso canal do YouTube. Na abertura do evento, o presidente da OABRJ, Luciano Bandeira, deu destaque à importância da pauta, que estará cada vez mais presente no dia a dia da classe. “É muito importante para nós, advogados e advogadas, discutirmos este tema e ouvirmos pessoas que são altamente gabaritadas nesta questão para entendermos como as inteligências artificiais funcionam de fato. Já vivemos uma realidade em que estes sistemas estão implantados em recursos que já utilizamos. Como vamos enfrentar isso? Debatendo.” Luciano frisou ainda a responsabilidade pedagógica da Ordem. “É papel da Ordem trazer esta discussão para que a advocacia entenda as ferramentas e, principalmente, para que possamos estudá-las, produzir conteúdo a respeito delas, estabelecer a demanda de regulamentação do uso. A partir disso, vamos produzir para os colegas do nosso estado cursos de aperfeiçoamento e capacitação que os auxiliem no dia a dia profissional”. O futuro dos operadores do Direito na era da inteligência artificial é a tônica do fórum, contou a diretora de Inclusão Digital e Inovação da Seccional, Maria Luciana Souza. “O propósito deste encontro é reunir os profissionais do Direito e das ciências sociais e um time técnico para que saibamos que, embora a nossa forma de lidar com a tecnologia seja muito diferente, os tempos mudaram e não precisamos ser apenas coadjuvantes neste processo. Então, precisamos conhecer sobre o tema. Este evento tem, especialmente, um caráter crítico". Já a vice-presidente da Seccional, Ana Tereza Basílio, trouxe à tona uma das questões mais presentes nas discussões sobre inteligência artificial, que é o medo da substituição do trabalho humano. “Nem a democracia nem o Poder Judiciário serão substituídos, não importa quão desenvolvida é a tecnologia. Uma parte do nosso trabalho é o sentimento, a solidariedade, a humanidade, e isso a máquina, por mais desenvolvida que seja, jamais terá. Então, temos que ver a tecnologia como algo que vem a facilitar nossa vida, nosso trabalho, baratear nossas despesas, mas jamais substituir o ser humano. E temos que estar sempre muito atentos a essa adoção de inteligência artificial”. Perspectivas do uso da IA em termos globais Dando o pontapé inicial nas discussões, o primeiro painel focou as perspectivas globais no uso de inteligência artificial, analisando o uso responsável desses sistemas como um facilitador, além de proporcionar eficiência e inclusão. As palestras ficaram a cargo de duas autoridades no tema, a vice-presidente da Microsoft para Setor Público, Saúde e Educação do Brasil, Alessandra Karine, e o gerente nacional do Lenovo Infrastructure Solutions Group, Claudio Stopatto. “As inteligências artificiais estão em todos os lugares. Tudo o que utilizamos tem uma IA por trás, seja ela generativa ou de aprendizado. Temos visto um desenvolvimento considerável destes sistemas e o uso responsável, a regulamentação deles é muito importante. Não temos como resistir aos avanços, essas tecnologias vieram para ficar. Então, é fundamental que consigamos entender o funcionamento e os benefícios que trouxeram”, afirmou Alessandra. Ao longo da conversa, os especialistas trouxeram uma série de exemplos que ilustram a importância dos diferentes tipos de inteligências artificiais nas pautas de inclusão. Cláudio Stopatto explicou como as IAs criarão novas situações no dia a dia, não só da advocacia, mas também de diferentes profissões. “A inteligência artificial já existe há muito tempo, mas o que trouxe este aceleramento nos processos de desenvolvimento dos algoritmos foram os avanços computacionais. O uso prático da inteligência artificial é fundamental. Vocês, advogados e advogadas, nas interações com os clientes de vocês, estarão expostos a situações que no passado não seriam possíveis.”