Realizado pela Comissão de Políticas sobre Drogas da OABRJ em conjunto com a Associação Nacional e Internacional de Imprensa (ANI), o evento "Mídia, censura e liberdade de expressão" levou ao Plenário Carlos Maurício Martins Rodrigues, na quarta-feira, dia 15, uma discussão sobre o Projeto de Lei 2630/20, conhecido como "PL das fake news" e um debate sobre os desafios enfrentados pelo jornalismo no século XXI. "A relação entre mídia, censura e liberdade de expressão é um tema essencial em nossa sociedade contemporânea", afirmou a secretária-adjunta da OABRJ, Mônica Alexandre, na abertura do encontro. “A liberdade de expressão é, muitas vezes, ameaçada pela censura, venha ela do Estado, de grupos políticos ou de interesses comerciais. A censura é um ataque à liberdade de expressão que pode assumir máscaras variadas, desde a proibição direta de conteúdos até pressões para que determinados temas sejam evitados, calando vozes, distorcendo perspectivas e fazendo com que a diversidade de opiniões definhe. Devemos defender a liberdade de expressão em todas as suas formas, salvaguardando os direitos daqueles que desejam falar, mesmo quando suas vozes soam dissonantes ou controversas". O evento foi comandado pelo presidente da comissão, Wanderley Rebello Filho, e pelo presidente da ANI, Roberto Monteiro, que abordaram a relação da imprensa e das novas mídias com os poderes públicos. "Todos aqui sabemos que temos três poderes e muitos dizem que a mídia seria o quarto poder", afirmou Rebello. "Acredito plenamente nisso. Todos sabem que os três se curvam diante da imprensa e temem frequentar as páginas dos jornais de forma negativa. Esse é o papel primordial da mídia: frear essas arbitrariedades e as graves injustiças promovidas pelos poderes". Além de abordar temas como o compromisso dos jornalistas com a verdade e a ameaça promovida pelas notícias falsas e pelo desenvolvimento da inteligência artificial, os palestrantes também destacaram as transformações, cada vez mais rápidas e impactantes, nos meios de comunicação. "Hoje temos 4 bilhões e meio de smartphones no planeta, e 60% deles estão nas mãos de jovens, que não estão conseguindo entender o mundo atual", afirmou Monteiro. "Temos visto tentativas de implantar ditaduras que colidem com a massa de jovens, que representa o futuro deste mundo, e que teme perder a liberdade. Esse processo que está sendo desenhado no Brasil e em outros países não é para censurar a grande mídia, porque os governos ditatoriais, déspotas, tiranos e corruptos acreditam que usarão a grande mídia para se sustentar. Exerçam seus direitos de defesa, que são livres e constitucionais".